A Nuvem


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Ao acordar, percebi o dia cinzento. No íntimo, não me agrada os dias mais cinzentos. Abri a janela e sussurrei:

- Céus, por quê hoje, com um sol tão forte acima de vocês, apresentam esta faceta melancólica, que não se deixa iluminar e remove das pessoas aquele gosto pela vida?

- Apenas acordamos tristes, sem motivo algum – respondeu a nuvem – ou talvez a ausência de um motivo seja a razão de nossa tristeza, mas não nos culpe por alterar-lhes o humor: quando estamos tristes, apenas mencionamos que todos possuem algo de triste, ainda que belo, ainda que muitos não queiram aceitar.

- Eu entendo. Meu dia também não começou às mil maravilhas. É um daqueles momentos que eu gostaria de chorar, mas as lágrimas emperram na garganta, causando-me uma impressão de apatia.

- Bem vindo ao nosso mundo. Somente choramos quando estamos com muitas lágrimas, de forma que não conseguiremos mais nos sustentar no ar com todo aquele peso. Devo assumir que chorar que alivia bastante nossa existência.

- E porquê soltam raios quando choram?

- Somos apenas bolos d´agua que quando nos abraçamos, choramos mais alto, de forma que todos ouvem nossos lamentos. O som do lamento, para muitos, é desagradável e para outros, assustador.

- Gostaria de gritar assim, e sentir tal alívio, mas não consigo. Penso demais, eu acho.

- Entristece-me tal afirmação. Quando foi a ultima vez que choraste?

- Alguns anos.

- Então saiba, que o próximo trovão que ouvires, estarei lamentando por ti.

E a nuvem começou a chorar.


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Eu

  • Um sujeito simples. Composto por vários apostos. Único.
  • Qualquer que seja a sua visão sobre mim não reflete na verdade quem eu sou. Será apenas mais um ponto de vista.

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