O Encontro com o Encontro

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1º de janeiro de 2007

Virada. Alguns bons amigos. Mas não é isso que está em meu coração agora. Não que eu não tenha gostado, o contrário, gostei muito, até descobri a praça que quero visitar muitas vezes.

Nesse primeiro dia nublado, onde o céu chora e para. Acordo e não tem ninguém em casa, o que é compreensível, pois são 15h e todos foram almoçar / sair.

Ligo a TV: Telecine passando ‘Meet Joe Black” ou “Encontro Marcado”, em português. Já havia assistido, e pelo que me lembrava, era um dos melhores filmes que já assisti na minha vida.
Queria ir no cinema, assistir “o Labirinto do Fauno”, mas o filme é daqueles que nem todos gostam, cheio de simbolismos e encontros, companhia para ele, só a noite, provavelmente.

Assisti então o “Encontro Marcado”.

Deuses.

Definitivamente concorre, para mim, como o meu filme favorito. Tantas coisas que me tocaram, me fizeram rever, repensar e perceber a sutileza dos diálogos. O elenco é fantástico, mas existe muito mais, algo que palavras não conseguem descrever, não as minhas palavras, não agora.

O tema abordado relembra muito os livros ‘Intermitências da Morte’ do Saramago ( apesar do filme ser bem mais antigo ) e, de certa forma, ‘A Cura de Schopenhauer’, do Irvin Yalom. Ainda assim, a poesia do filme perpassa quaisquer ‘concorrentes’.

O filme me fez chorar. Estranho, porque me fez chorar muito. Mais estranho ainda porque eu já havia assistido o filme e sabia todo seu enredo, mas isso não impedia meu choro. Comecei a soluçar, a abaixar a cabeça e repirar de forma ofegante. No fundo, não sabia mais a razão do meu chorar. Não era o filme em si que me fazia daquele jeito, mas foi a viagem ao centro de me mim mesmo que ele me carregou, de forma muito acolhedora, que me fez sentir. Não pensar, refletir, racionalizar. Sentir. E eu me senti livre. Não estava nem estou triste, mas chorei ao ponto de chegar a exaustão.

Fazia 4 anos que eu não chorava assim. Algum filme triste derrubava uma lágrima, mas chorar mesmo, ia fazer uns 5 anos esse ano. Não fez. O ano começou me libertando de algo que estava dentro de mim, do garoto de 14 anos que chorou por si pela ultima vez. Pelo jovem de uns 17, religioso, que chorava em acampamentos.

Hoje foi o homem que vai fazer 21, que deu um abraço em todos os meus ‘eus’ simbólicos, de 06 a 20 anos, e chorou a cada encontro. Aquele abraço com gosto de despedida, uma mistura de ‘Adeus’ e ‘Até logo’, seguido de um grande sorriso de ‘Sou eternamente agradecido. Muito obrigado mesmo’. Foi o meu ‘encontro não marcado’, organizado através da sincronicidade quando permitimos os encontros e desencontros conosco e com o mundo.

E é linda a poesia que se encontra em ser exatamente o primeiro dia do ano, o começo, ou re-começo.

E o ano, definitivamente, não poderia ter começado melhor.

E ainda são 18:20. =D

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Eu

  • Um sujeito simples. Composto por vários apostos. Único.
  • Qualquer que seja a sua visão sobre mim não reflete na verdade quem eu sou. Será apenas mais um ponto de vista.

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