A Carne é Fraca


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Sempre o velho preconceito. E nos consideramos evoluídos e racionais, ainda assim, conviver com o diferente é talvez a maior dificuldade que encontramos nas relações interpessoais atualmente.
Me perguntam porque eu parei de comer carne. Diversas razões. A principal? Mal-trato aos animais. Não consigo entender como alguém em sã consciência considera normal um ser vivo ser fervido vivo, ou prendê-lo de tal forma que ele não se mova durante toda a vida, fazê-lo sangrar até morrer, criar filhotes para que se delicie sua carne fresca.

“Mas é a lei da natureza, dizem.”

Talvez. Mas não essa forma. Não tenho nada contra a cena “preciso comer, vou matar um animal”. Não sugiro um retorno a barbárie, onde todos irão caçar. A questão é uma mudança no meio de produção. Estamos falando de seres vivos, não de objetos. Alguns seres ainda defendem a idéia de que eles existem para nos servir. A mesma desculpa que se dava com a escravidão. Estes, provavelmente, nunca viram um animal ser abatido, seu desespero, sua luta por permanecer vivo. Não sabe como se “produz” a comida, e aliena-se confortavelmente para viver sua pacata vida burguesa.
A alienação é tão grave que as pessoas não desejam conhecer as coisas. O conhecimento gera uma angústia que gera uma ação. Melhor continuar no meu sofá de seda. No fundo não desejamos matar esses animais. Mate o seu animal de estimação para comê-lo. Discurso ridículo? Não. Preferimos que os outros matem os animais, de preferência longe de mim e de uma forma que eu não saiba como se faz.
Ainda assim, eu convivo pacificamente com pessoas que comem carne. Não vejo problema. Cada um na sua. Detesto, porém, quando menosprezam o meus princípios. Não sabem do que falam, e sem desejar conhecer criam rótulos como “ridículo, ele parou de comer carne”. Pessoas assim deveriam ser sacrificadas para consumo. Não quero o apoio, mas respeito.

“E o que você está fazendo para ajudar esses animais?”

Teoricamente, o boicote. Eu passo as minhas idéias para aqueles que desejam conhecer. Não posso impor a ninguém, e eu gosto disso. Se todos fossem iguais seria monótono. E parar de comer carne para mim é algo extremamente simples, e de uma simbologia fantástica.

“Grande coisa você fazer tudo isso. O shampoo que você usa também abusa de animais, tem crianças trabalhando na ásia, fome na áfrica e até mesmo aqui no Brasil.”

O discurso geralmente se torna agressivo em algum momento. Na ausência de argumentos as pessoas geralmente partem para uma visão extremista, onde, se existe uma tentativa de mudança, deve-se mudar o mundo, caso contrário você é hipócrita. Negativo. É comum em pessoas que geralmente concordam com alguns conceitos sobre o vegetarianismo, mas para ausentar-se de culpa, projetam a angústia que sentem para o outro. Se eu participo de ONG´s, ou ajudo de alguma forma, eu, pessoalmente não faria em algo relacionado aos animais. Existem outras coisas que eu gostaria de ajudar. Ainda assim, eu poso ajudar promovendo o boicote e passando a realidade. Não preciso ser um ativista do Greenpeace, mas eu fico realemnte feliz que algumas pessoas o façam.


“Isso não adianta nada. Não vai mudar nada”

Essa frase definitivamente é a que mais me tira do sério. Em relação a qualquer coisa. Política, religião, mundo. É falar que não interessa o que aconteça, as pessoas vão continuar iguais e o mundo também. O velho comodismo. Seres irracionais que sobrevivem e apenas reclamam, não pensam. Não quero apenas soluções, mas reflexões. Eu não necessariamente preciso saber qual a solução para tudo no mundo ( pensamento modernista estreado por Descartes), mas apenas desejo que pessoas juntas possam pensar. Para que várias pessoas pensem, é necessário a desconstrução do pensamento, do senso comum. É perceber as contradições, é desesperar-se, para depois, juntos imaginarmos soluções.

“Mas e as proteínas?”

Existem diversas fontes de proteínas, como grãos e soja, por exemplo. Mas definitivamente, caso pare de comer carne, sua alimentação precisa ser beeem mais variada.

“ Eu entendi e acho bacana, mas eu não quero parar de comer carne”

Sem problema. Mesmo. Existe até uma comunidade “Vegetarianos de alma”. Não sou do tipo que vai dar um discurso toda vez que ver alguém comer carne. Não vou olhar com desprezo. Sempre explico minhas razões sempre que perguntam, até mesmo quando só querem criticar, e não conhecer. Eu respeito mesmo a sua posição, e agradeço por respeitar a minha.



Obrigado pela atenção.

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Eu

  • Um sujeito simples. Composto por vários apostos. Único.
  • Qualquer que seja a sua visão sobre mim não reflete na verdade quem eu sou. Será apenas mais um ponto de vista.

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