Tenho medo de gente e de solidão; tenho medo da vida e medo de morrer; tenho medo de ficar e medo de escapulir; medo que dá medo do medo que dá. Tenho medo de ascender e medo de apagar; tenho medo de esperar e medo de partir; tenho medo de correr e medo de cair.
O medo é uma linha que separa o mundo, o medo é uma casa aonde ninguém vai; o medo é como um laço que se aperta em nós, o medo é uma força que não me deixa andar. Tenho medo de parar e medo de avançar; tenho medo de amarrar e medo de quebrar; tenho medo de exigir e medo de deixar, medo que dá medo do medo que dá.
O medo é uma sombra que o temor não desvia, o medo é uma armadilha que pegou o amor, o medo é uma chave, que apagou a vida; o medo é uma brecha que fez crescer a dor.
Medo de olhar no fundo, medo de dobrar a esquina; medo de ficar no escuro, de passar em branco, de cruzar a linha; medo de se achar sozinho, de perder a rédea, a pose e o prumo; Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo.
Medo estampado na cara ou escondido no porão, o medo circulando nas veias ou em rota de colisão, o medo é do Deus ou do demo, é ordem ou é confusão. O medo é medonho, o medo domina, o medo é a medida da indecisão.
Medo de fechar a cara, medo de encarar; medo de calar a boca, medo de escutar; medo de passar a perna, medo de cair; medo de fazer de conta, medo de dormir; medo de se arrepender, medo de deixar por fazer.
Medo de se amargurar pelo que não se fez; medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H, medo de morrer na praia depois de beber o mar.
Medo... que dá medo do medo que dá
Lenine é Deus.
E eu tenho medo, MUITO medo.
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